sexta-feira, 28 de junho de 2013

Multiverso Comic Con. Painel: A homossexualidade nos quadrinhos.

            

           Multiverso Comic Con 2013:   Painéis

            A homossexualidade nos quadrinhos.  

        Por Zaius Primati. 


               Durante essa terceira edição da Multiverso Comic Con, um dos temas mais polêmicos dos últimos tempos no meio geek/nerd, foi debatido com a participação do público: a questão da homossexualidade nos quadrinhos.  Recentes ações de editoras das HQs no sentido de dar maior visibilidade aos  personagens gays e lésbicas, principalmente em histórias de super-heróis, tiveram reações diversas do grande público, muitos celebrando a diversidade, enquanto outros repudiavam o que consideram uma violação aos cânones da construção de suas HQs. 

    Entre os casos mais famosos estão a revelação da homossexualidade do lanterna verde Alan Scott, o lanterna verde original, personagem que foi deixado em segundo plano após a reformulação do Lanterna Verde que criou Hal Jordan, atualmente o mais popular lanterna e aquele que aparece no recente filme da Warner, o casamento gay de Estrela Polar, um mutante que integrou a tropa Alfa, da Marvel Comics, e o relacionamento gay entre Wolverine , sim ele mesmo, e Hércules, numa revista da Marvel. Mas não se trata do Wolverine que conhecemos e sim uma versão desse personagem em uma terra paralela. 




Wolverine e Hércules



     É claro que as ações inclusivas não representam necessariamente uma visão progressista. Como foi falado no painel, nos anos 70, personagens negros foram colocados nas histórias em quadrinhos mais como um apelo comercial para atingir o público afro-americano do que por qualquer outro motivo. Mas eles se firmaram e hoje são comuns protagonistas negros, como Nick Fury,   interpretado nos filmes Marvel por Samuel L. Jackson, e de outras etnias.


Smauel L. Jackson como Nick Fury 

             O processo de inclusão nos quadrinhos, no fim das contas, não é  muito diferente da inclusão em outros aspectos da sociedade. O imperador Constantino adotou o cristianismo quando viu que boa parte de seu império já era cristão e que isso seria, no fim das contas, uma boa jogada de marketing (sem querer ofender quem acredita, por dogma de fé, na história da cruz  que ele viu pairando sobre o campo de batalha, com a frase "com este sinal vencerás". Estou falando em termos históricos, não religiosos).

           Voltando ao processo de inclusão, não deixa de ser engraçado que, quando a Marvel lançou o Demolidor, um herói cego, provavelmente o primeiro herói deficiente físico da história dos quadrinhos,  muitos ficaram revoltados com o que chamavam de exploração barata dos deficientes. Muita gente sim. Só que não os deficientes! Stan Lee e Bill Everett, criadores do herói, receberam diversas cartas de apoio e agradecimento das associações de deficientes visuais dos estados unidos, pelo que consideraram um marco na história da inclusão e um bálsamo para sua autoestima.






             Em relação ao maior envolvimento de personagens gays e lésbicas nos quadrinhos mainstream, os debatedores chamaram a atenção a um ponto muito importante: é muito hipócrita da parte de certos nerds, que foram eles mesmos hostilizados e sofreram bullying na escola, querer transferir essa hostilidade em relação a personagens homossexuais nos quadrinhos.

           James Robinson, o autor que revelou a homossexualidade do lanterna verde Alan Scott no ano passado, diss que as críticas mais hostis que recebeu via tweeter vieram do Brasil. O autor disse que a criação do Alan Scott gay foi idéia sua, atendendo a uma orientação da DC de introduzir mais diversidade sexual nas HQs. Ele disse que, só de vingança, daria um namorado brasileiro a Scott.  Só espero que ele saiba representar um brasileiro, seja qual for sua orientação sexual. Na modesta opinião desse seu cronista, triste mesmo seria ver o tal namorado brasileiro com cara de mexicano, falando castelhano e com o nome de Juan...
         Assista abaixo um trecho do debate:






            Abraços simiescos e até o próximo post.

                  Fui!!!







           
          


         

           

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