sexta-feira, 28 de junho de 2013

Uma Conversa com o escritor Christopher Kastensmidt



        Multiverso Comic Con 2013- Mini entrevista

              Um papo com Christopher Kastensmidt.

           Por Zaius Primati

        Que a cena da literatura fantástica  vive uma efervescência nunca antes vista no Brasil, todo mundo sabe. Parece que, nos últimos anos, o público e parte da crítica têm se despido de seus preconceitos e olhado com mais atenção para os mundos ficcionais que transcendem o aqui-agora, ou aqueles que o reinterpretam, sob um novo ponto de vista.
         O que pouca gente sabe, fora do circuito literário e do universo dos fãs, é que esse tipo de literatura, mesmo com tramas focadas na história e na cultura brasileira está ganhando novos leitores até mesmo no disputadíssimo mercado norte-americano.    

          Durante a Multiverso Comic Con, tive a oportunidade de conversar rapidamente com Christopher Kastensmidt, norte-americano, natural do Texas, radicado em Porto Alegre. Christopher é autor da série de livros de fantasia "A bandeira do Elefante e da Arara". Ele foi finalista do prestigiado prêmio NEBULA, em 2011 e vencedor do Realms of Fantasy Reader's Choice Awards por sua noveleta "O encontro fortuito de Gerard Van Oost e Oludara", o primeiro livro da série, que narra as aventuras de um explorador Holandês e um africano Iorubá trazido como escravo ao Brasil do século XVI.
           Apesar de sua agenda apertada no evento, Christopher, muito gentilmente, arranjou um tempinho para nos falar sobre a série, a recepção do livro entre os leitores norte americanos e sobre os autores que mais o influenciaram. Assista no vídeo abaixo:



        
                 Nos próximos Posts:
    50 anos da turma da mônica, Lançamento da Graphic Novel "Laços", na Multiverso Comic Con, em Porto Alegre. 
  Em breve...
   
                  Fui!




Cinema: Star Trek - Além da escuridão

      

      Cinema

      Star Trek-Além da escuridão. Crítica

      



       Por Zaius Primati





        Logo hoje, quando estreia o blockbuster "Guerra Mundial Z", com o cara que é casado com a Angelina Jolie (qual é mesmo o nome dele? Brincadeirinha. Eu sei que é o cara que fez aquele clássico chamado "Lendas da Paixão, kkkk), sou lembrado por amigos que Star Trek-Além da escuridão já estreou faz "horas" e eu não fiz minha resenha, algo imperdoável para um trekker old school como eu. É que as últimas semanas foram loucas pra todo mundo (alguém tem dúvida disso???) e, além da revolução em curso, também estou me revolucionando profissionalmente. Só que, além de tudo isso, também tenho uma vida familiar e pessoal, que também exige atenção. Mas lá vai:
       Começo perguntando: Além da escuridão-Star Trek  ou  Star Trek -Além da Escuridão?  Não. Não foi erro de digitação.  Você viu mais ou menos o que eu li nos cartazes standups dos cinemas. Muita gente não sabe que se trata de um filme de Jornada nas estrelas, como chamávamos a franquia, antes que a Paramount resolvesse "fortalecer sua marca", assim como fez a Disney, transformando o nosso velho conhecido Caco, o sapo, num tal de Kermit. Nos cartazes de cinema, o nome da franquia aparece em letras pequenas, quase como se a equipe de marketing tivesse vergonha de dizer para a gurizada "sim, é aquela série que tem o doutor Spock (aaaarrrgghhh!!), mas é coisa nova, cheia de ação, aventura e coisa e tal". E, se as novas gerações parecem ter aversão ao clássico, paciência, adote-se essa estratégia de dizer que "esse não é o Star Trek de seus pais".
      Quanto ao filme em si, JJ Abrams, já provou que é um bom artesão, que sabe fazer cenas de ação espetaculares, que sabe muito bem dosar o humor, a aventura, o mistério. O filme é realmente uma montanha russa de emoções e conta com uma trilha sonora  competente de Michael Giacchino e um visual belíssimo, especialmente se visto em IMAX 3D, como o que eu encontrei no Cinespaço Bourbon Wallig, em Porto Alegre.
       O filme certamente funciona. Logo de cara, encontramos Kirk e McCoy, correndo por suas vidas, tentando escapar de uma tribo de alienígenas de um planeta primitivo que eles estavam monitorando. A cena lembra muito, e não por acaso, a desabalada carreira de Indiana Jones, no início de "Os Caçadores da Arca Perdida", afinal, Spielberg é mais do que o ídolo máximo de JJ Abrams. É seu mentor e também o cara que lhe arranjou o emprego de seus sonhos: dirigir o próximo Star Wars (antes conhecido como "Guerra nas estrelas"), ao sugeri-lo para George Lucas e a nova equipe de produção da saga Jedi.
       A construção de personagens é boa. Temos um engenheiro Scotty tão apaixonado por sua Enterprise quanto o original (que é homenageado numa cena na qual o teletransporte é operado pelo filho do ator que o interpretava, James Doohan), só que mais engraçado e maluco. O Sr. Sulu e o alferes Tchecov também fazem por merecer, embora com muito menos destaque no filme. E McCoy continua com seu humor ácido, lembrando muito o personagem da série original, inclusive fisicamente. E Uhura, continua forte, decidida, em certas cenas, roubando o filme de Kirk e Spock.
           O filme tem vários easter eggs, referências à série clássica, que fazem as delícias dos fãs do original sem comprometer a ação ou o entendimento de quem nunca viu nada de Star Trek.  Michael Giacchino, como sempre, com seu piano e orquestra, sabe como nos trazer para dentro da história com apenas alguns acordes.
        Se você nunca viu nada de Star Trek, vai achar esse filme muito bom, talvez até excelente. Se for o caso, pode parar de ler aqui mesmo.
           Do ponto de vista dos fãs e , também, dos cinéfilos em geral, o filme tem vários furos, que podem ser creditados à "licenças poéticas", se você preferir (eu chamo de falta de pesquisa para o roteiro). Em certo momento do filme, a Enterprise "desova" uma pequena nave de transporte civil, pertencente a um velho conhecido da tripulação (e dos fãs), bem no sistema estelar do planeta Kronos, a capital do império Klingon. E o fazem a vista de todos, sem qualquer tecnologia de camuflagem ou coisa parecida (será que os Klingons de JJ são mais pacientes que os nossos???). Em nenhum momento é explicado como eles conseguiram isso. Outra coisa que pode irritar os fãs é o design de maquiagem FX e figurino dos Klingons. A raça guerreira, outrora orgulhosa de suas barbas e vastas cabeleiras, é retratada pela equipe de JJ Abrams, sem nenhum pelo sobre suas cabeças...E USANDO CAPACETES!!! 
         A impressão que se tem é que Abrams deu de ombros quanto a certos aspectos visuais da franquia, talvez por não ser um fã e não estar nem aí para esses detalhes. O que é uma pena. Se ele seguisse o exemplo de George Lucas, o criador de Star Wars, a saga que realmente mora em seu coração, ele seria mais atento aos detalhes (o velho George é famoso por monitorar tiranicamente todos os departamentos de produção). Duvido que ele deixasse um figurinista de Star Wars mexer um centímetro sequer nos mantos Jedi, por exemplo.
         Também incomoda um pouco o fato de JJ Abrams ter "jogado sujo" quanto a um segredo do roteiro que é vital para a trama: o vilão. Há momentos em que parece que estamos vendo o último episódio de sua mais polêmica criação, a série LOST. Temos a nítida sensação de que o diretor está se divertindo a nossas custas. E, provavelmente, isso é verdade. 
       No entanto, cabe ressaltar que o diabólico John Harrison, vivido pelo excelente Benedict Cumberbatch (Sherlock), é um vilão magnífico. Um brilhante psicopata, na mesma tradição de Hanibal Lecter. Tão bom que, além de manipular Kirk e sua tripulação, é capaz de enganar até mesmo o espectador mais crítico. Um famoso crítico do centro do país disse que há momentos em que ele "defende e até aplaude" as motivações do vilão. Pois é. E olha que, de tipos como John Harrison, Brasília está cheia. Todo o cuidado é pouco!
        Mas a maior forçação do filme, vem mesmo das relações entre os personagens  Perto do fim do filme, um dos momentos mais dramáticos de toda a cronologia de Star Trek é revisitado, por um ângulo inverso (se eu falar mais do que isso, vira spoiler). E assistimos algo que soa absolutamente ridículo para quem assistiu a cena original. A homenagem acaba virando uma paródia involuntária. Spock, que não chorou nem mesmo por sua mãe, no filme anterior, acaba se afogando em emoções por causa de - - - - - - - - - - - , numa cena tão forçada que vira vergonha alheia, até para quem não conhece nada dos filmes originais. Para alívio do público, JJ encaixa, logo em seguida, uma cena de ação digna de seu "Missão impossível", só que com um visual ainda mais  espetacular, no clímax do filme.
      Mesmo com as deficiências de roteiro, o filme ainda é um ótimo espetáculo e vale a pena ser conferido. O final, além de muita ação e drama, também encerra uma importante lição de moral, que poderia servir perfeitamente tanto para George Bush quanto para Barack Obama.
      JJ Abrams provavelmente não estará na direção do próximo Star Trek. Contudo, ele não descarta essa possibilidade. Só que, com a agenda já tomada pela produção de Star Wars episódio VII, ainda é cedo para especulações. De qualquer modo, a Enterprise parece ter reencontrado seu curso no cinema e está pronta para audaciosamente ir rumo a um próximo longa da franquia.
       


  

        



Multiverso Comic Con. Painel: A homossexualidade nos quadrinhos.

            

           Multiverso Comic Con 2013:   Painéis

            A homossexualidade nos quadrinhos.  

        Por Zaius Primati. 


               Durante essa terceira edição da Multiverso Comic Con, um dos temas mais polêmicos dos últimos tempos no meio geek/nerd, foi debatido com a participação do público: a questão da homossexualidade nos quadrinhos.  Recentes ações de editoras das HQs no sentido de dar maior visibilidade aos  personagens gays e lésbicas, principalmente em histórias de super-heróis, tiveram reações diversas do grande público, muitos celebrando a diversidade, enquanto outros repudiavam o que consideram uma violação aos cânones da construção de suas HQs. 

    Entre os casos mais famosos estão a revelação da homossexualidade do lanterna verde Alan Scott, o lanterna verde original, personagem que foi deixado em segundo plano após a reformulação do Lanterna Verde que criou Hal Jordan, atualmente o mais popular lanterna e aquele que aparece no recente filme da Warner, o casamento gay de Estrela Polar, um mutante que integrou a tropa Alfa, da Marvel Comics, e o relacionamento gay entre Wolverine , sim ele mesmo, e Hércules, numa revista da Marvel. Mas não se trata do Wolverine que conhecemos e sim uma versão desse personagem em uma terra paralela. 




Wolverine e Hércules



     É claro que as ações inclusivas não representam necessariamente uma visão progressista. Como foi falado no painel, nos anos 70, personagens negros foram colocados nas histórias em quadrinhos mais como um apelo comercial para atingir o público afro-americano do que por qualquer outro motivo. Mas eles se firmaram e hoje são comuns protagonistas negros, como Nick Fury,   interpretado nos filmes Marvel por Samuel L. Jackson, e de outras etnias.


Smauel L. Jackson como Nick Fury 

             O processo de inclusão nos quadrinhos, no fim das contas, não é  muito diferente da inclusão em outros aspectos da sociedade. O imperador Constantino adotou o cristianismo quando viu que boa parte de seu império já era cristão e que isso seria, no fim das contas, uma boa jogada de marketing (sem querer ofender quem acredita, por dogma de fé, na história da cruz  que ele viu pairando sobre o campo de batalha, com a frase "com este sinal vencerás". Estou falando em termos históricos, não religiosos).

           Voltando ao processo de inclusão, não deixa de ser engraçado que, quando a Marvel lançou o Demolidor, um herói cego, provavelmente o primeiro herói deficiente físico da história dos quadrinhos,  muitos ficaram revoltados com o que chamavam de exploração barata dos deficientes. Muita gente sim. Só que não os deficientes! Stan Lee e Bill Everett, criadores do herói, receberam diversas cartas de apoio e agradecimento das associações de deficientes visuais dos estados unidos, pelo que consideraram um marco na história da inclusão e um bálsamo para sua autoestima.






             Em relação ao maior envolvimento de personagens gays e lésbicas nos quadrinhos mainstream, os debatedores chamaram a atenção a um ponto muito importante: é muito hipócrita da parte de certos nerds, que foram eles mesmos hostilizados e sofreram bullying na escola, querer transferir essa hostilidade em relação a personagens homossexuais nos quadrinhos.

           James Robinson, o autor que revelou a homossexualidade do lanterna verde Alan Scott no ano passado, diss que as críticas mais hostis que recebeu via tweeter vieram do Brasil. O autor disse que a criação do Alan Scott gay foi idéia sua, atendendo a uma orientação da DC de introduzir mais diversidade sexual nas HQs. Ele disse que, só de vingança, daria um namorado brasileiro a Scott.  Só espero que ele saiba representar um brasileiro, seja qual for sua orientação sexual. Na modesta opinião desse seu cronista, triste mesmo seria ver o tal namorado brasileiro com cara de mexicano, falando castelhano e com o nome de Juan...
         Assista abaixo um trecho do debate:






            Abraços simiescos e até o próximo post.

                  Fui!!!







           
          


         

           

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Robô Curiosity da NASA, encontra a primeira forma de vida em marte



Extra! Extra! Confirmado! Robô curiosity encontra 
a primeira forma de vida em Marte:

                    José Dirceu!


O robô curiosity, controlado pelos manifestantes, caça José Dirceu pelo planeta vermelho, com poderosos feixes de laser. Foto: Flash Gordon, via Alex Raymond.

Por Zaius Primati

               Pasadena, Califórnia- Na madrugada de hoje, um técnico de plantão no comando da missão Curiosity da NASA, no JPL, o laboratório de propulsão a jato de Pasadena, captou sinais do robô em solo marciano. Ele, inequivocamente, encontrou vida na superfície, só que de origem terrestre. Tratava-se de José Dirceu de Oliveira e silva, usando um surrado traje espacial soviético que ele afanou de um museu cubano em 1970. 


José Dirceu, em 1970, apenas aguardando
um vacilo do vigia do museu de Havana, para dar
o bote.


               Totalmente perplexo, o técnico, um engenheiro que tem apenas mestrado  o Sr. Howard Joel Wolowitz, perguntou através do rádio da Curiosity, o que o Sr. José Dirceu estava fazendo lá:

               "Meu filho, eles derrotaram a PEC 37 por 430 votos a 9, tornaram a corrupção no congresso crime hediondo, tudo isso em menos de uma semana. Tive medo que eles fossem na companheira Dilma pedir a minha cabeça...".

Howard J. Wolowitz, no exato momento em que captou a transmissão de José Dirceu.


José Dirceu explica por mímica o verdadeiro tipo de operação que  ele foi fazer em cuba...

               Perguntado  sobre como chegou tão rápido no planeta vermelho se a dobra espacial só será inventada daqui a 50 anos, Dirceu foi bastante direto:

                "Meu filho, que trem é esse de dobra espacial??? Eu vim a pé mesmo! Ponha 200 milhões de pessoas furiosas correndo atrás de você pra ver o que é bom pra tosse. Você acaba fazendo milagres!"

                 Como a transmissão estava falhando devido à passagem da zona fantasma pela órbita de marte (onde estão presos o general Zod, Hugo Chávez, Mao Tse Tung, Damon Lindelof, e muitos outros) o Sr. Wolowitz resolveu ser rápido e fazer uma última pergunta:

 "O senhor gostaria de dizer suas últimas palavras? Perderemos o sinal  em menos de trinta segundos".

                 "Sim"-Respondeu Dirceu- " EU TERIA CONSEGUIDO SE NÃO FOSSEM AQUELES GAROTOS INTROMETIDOS E AQUELE CACHORRO IDIOTA"
                      
                  Fim da transmissão (se tivermos sorte!)

                  
                 

  

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Multiverso Comic Con 2013: Salas Temáticas


Multiverso Comic Con 2013: As salas temáticas e o universo nerd.

 Por Zaius Primati


           O nome dessa convenção, apesar de fazer alusão  específica aos quadrinhos, é mais do que apropriado. E isso se deve ao fato de que os fãs que a frequentam,  abrangem um largo espectro de admiradores de diferentes mídias: quadrinhos, cinema, TV, literatura, games, RPG e, até mesmo o Cosplay, que não é mídia, mas acaba se tornando uma arte derivada dos quadrinhos, animações, cinema, etc, mesclada com o teatro. E dentro de cada uma dessas mídias e gêneros (aventura, fantasia, scifi, terror, etc), ainda existem os admiradores de subgêneros tais como espada e magia, Cyberpunk, terror gótico, tokusatsu, Steampunk, e mais uma infinidade de subgêneros que daria para encher os ramos da Ygdrasil , a árvore dos nove reinos da mitologia nórdica.
          Engana-se quem pensa que todos os nerds possuem os mesmos gostos, as mesmas paixões por esses mundos ficcionais e suas  vertentes. O nerdverso é muito mais do que vasto. É incomensurável. Só para provar minha tese, pensei em perguntar a participantes da convenção quem é a "criatura" mais odiada do nerdverso. Valiam tanto pessoas quanto personagens de quadrinhos, filmes, séries, etc. 
        Em minha ingenuidade, imaginei que os candidatos mais votados, certamente seriam Rob Leifeld, o ilustrador que "reinventou" a anatomia humana (e animal também!), Damon Lindelof (roteirista de LOST e de Prometheus), Jar Jar Binks (Esse dispensa apresentações...acho) e Trevor Slatery. Se você não o conhece, faça um favor a si mesmo e não busque por ele no Google. Além de ser um Spoiler em potencial caso você não tenha visto um certo filme digamos, "ferroso",  você ainda corre o risco de acabar como George Taylor, no final de "O planeta dos macacos", de 1968. Ou seja, encontrando algo do que não vai gostar nem um pouco...
            Só que o resultado foi bem diferente de minhas previsões. Desisti com apenas três entrevistados, escolhidos aleatoriamente:


            Como diria o Bátima em "feira da fruta", esse vídeo não prova nada, só prova que o curinga é um...Ahááááá! Ei, povo! Esse blog é um blog de família. Não posso ir fazendo esse tipo de brincadeiras impunemente. Como é que fica aquele papo de "verdade, justiça e os bons costumes"? Vocês terão que se contentar com um humor mais inocente e com alguns trocadilhos que a maioria de meus amigos abomina...
        E falando em família, fiquei muito emocionado de ver famílias participando do evento. Vi pais e mães com filhos das mais diferentes idades assistindo as palestras, o desfile de cosplays, e outras atrações, como as salas temáticas.


Um Pequeno fã de Pokemon
"Eu escolho você, Pikachu!"

        Nessa edição da Multiverso Comic Con, estiveram presentes grupos como o Whovian RS, o Conselho Jedi do Rio Grande do Sul (CJRS), Os Herdeiros de Sonserina (grupo de Fãs de Harry Potter), além das salas de Games, RPG e quadrinhos independentes.
          Como marujo de primeira viagem numa convenção desse tipo, fiquei fazendo um reconhecimento do local, antes de começar com as fotos e algum papo com os grupos de fãs. A primeira sala que visitei foi a do CJRS. Já assisti a algumas edições da Jedicom em Porto Alegre e tenho amigos nesse grupo. Como sempre, o pessoal da Jedicom organizou uma sala bastante concorrida (as vezes ficava meio difícil tirar fotos, dada a lotação do local).

                                             CJRS
       
                                          Visitantes admiram o tabuleiro de xadrez Star Wars Style                                      

                                          Han Solo e seu tauntaun, entre outras figuras


Amidala, em diferentes trajes

Aháááá! Jar jar Binks! Eu sabia...

                                          Muitas idéias legais para presentes no lado cool
                                          da força...
                                       



        Por sorte, essas fotos foram batidas no sábado, em horários estratégicos. Como sempre, o CJRS fez bonito e, no domingo, realizou mais um de seus populares sorteios de itens de Star Wars. A sala ficou tão cheia que, após sair de um dos painéis, não consegui entrar para assistir o sorteio.

Uma joven Sith 
  pelo menos é o que a cor do sabre sugere. Se for alguém do universo expandido fico devendo. Afinal, o que é que eu sei sobre isso? Sou apenas um co-irmão trekker...

                 Convenções de quadrinhos são sempre uma festa. E é muito difícil escolher para onde ir sem dar uma passeadinha pelo lugar. Em meio ao corre-corre de fotos, entrevistas e painéis, fui, digamos, 
me regenerar, na sala temática do Whovian RS, o fã clube de Doctor Who. Ah, que sala maravilhos essa, onde viajantes cansados  podem dar uma paradinha para um bom chá com biscoitos. God save the Queen!




A simpática placa que eu encontrei subindo a escadaria

A TARDIS: a solução de seus problemas de espaço e tempo
( literalmente)


As diferentes regenerações do Doutor



Aliados, inimigos, e companions


O décimo segundo Doctor???


Uma palavrinha com a Trix, da coordenação do Whovian RS:



O humilde cronista que vos escreve não se conteve e foi 
obrigado a dar um rolézinho na TARDIS...


             Além dessas duas salas, também marcaram presença os fãs de Harry Potter e seus colegas de Hogwarts. 


                Houve também um espaço para os artistas do quadrinho independente e exposição de HQs vintage:









Esse  cartaz me deixou com tanto medo que eu quase conjuro o Mun Rá 
ao invés de um patrono...




Hogwarts, sempre bem representada


O pessoal da Sonserina, num momento de descontração,
Aproveitando um descuido de Severo Snape.



                       
             Havia também uma sala para os Gamers. Kurt Wagner apareceu por lá para conferir:
                                         




A turma do RPG e jogos de tabuleiro também marcou presença:



O mesmo vale para os colecionadores de Memorabilia Marvel...



...E DC Comics.


               

           E assim termina esse resumão das salas temáticas. Amanhã, se for da vontade do Criador e a conexão permitir, etou postando mais material do eevento.
            Vida Longa e próspera e que a força esteja com vocês.
             FUI!!!!












                     

                               






terça-feira, 25 de junho de 2013

Cinema: Superman, o Homem de aço.



   Superman, o homem de aço:  O que a trilha 

sonora do novo filme pode nos dizer sobre ele?







O que a trilha sonora de Hans Zimmer pode nos dizer sobre “Superman, o homem de aço”?
 Por   Zaius Primati

           Neste domingo, 23 de junho, eu estava na Multiverso Comic Con, em Porto Alegre. Um dos painéis era sobre o novo filme do Super Homem, que estreia no Brasil  no próximo dia 13 de Julho.  Após o debate entre os convidados, foi aberto um espaço para perguntas.

         Lógico que, como bom "Old School" nerd que sou, perguntei o que eles achavam da ausência da música John Williams no novo filme. Para minha decepção, praticamente nenhum dos presentes levantou qualquer objeção a esse fato. Perguntados sobre se havia alguém presente que tinha assistido o filme original de Richard Donner no cinema, apenas duas mãos se ergueram. A minha, que assisti o filme com 14 anos de idade e a de Sidney Gusman, da Maurício de Souza Produções, que o assistiu aos 12 anos de idade. Além de mim, apenas ele parecia se lembrar do quão épica era, ou melhor, é, a trilha sonora de John Williams para o super-herói mais famoso das histórias em quadrinhos da DC. Fiquei triste. Senti como se um grande amigo tivesse sido esquecido em seu leito de morte, como se o próprio Kal-El tivesse morrido nas mãos de Apocalipse e todos tivessem superado isso, seguido com suas vidas, e sua estátua, agora, nada mais fosse do que um caríssimo banheiro para pombos, abandonado em algum parque de Metrópolis.

      " Eu estou cansado de ouvir John Williams", disse meu jovem interlocutor. "Eu estou cansado de ter John Williams me dizendo o que sentir a cada cena de um filme", prosseguiu ele.  Eu, não muito gentilmente, confesso, lembrei-o de que eu teria apreciado muito a opinião dele, se essa realmente fosse a sua opinião, e não a de Terry Gillian, que usou exatamente AS MESMAS PALAVRAS ao se referir a John Williams, em dezembro de 2011 (como fã de Williams eu jamais esqueceria isso). Acrescentei que era coerente.  Afinal, se Zack Snyder queria um Superman menos poderoso, mais realista, nada mais apropriado do que uma música menos poderosa.

             Fui embora do evento pensando no que ouvi. Não tenho dúvidas de que será um belo filme, independente da música. Muitos fãs não estão nem aí. Basta qualquer coisa medianamente audível. Ou nem isso. Há até quem sugerisse que um heavy metal daria conta (Higway to Hell cairia como uma luva, sim... para um filme do LOBO). Mas algo naquela trilha me incomodava.

          Então resolvi ouvi-la, despido de meus preconceitos e buscando uma quase impossível avaliação isenta.  Pedi a um maestro amigo meu um artigo sobre isso, mas, como o cara é ocupadíssimo e nunca lê seu FACEBOOK, vocês terão que aceitar a palavra de um trompetista amador que parou na lição número 76 do método Bona de solfejo.

         Música vem do grego, onde significa “a arte ou técnica das musas”. Então, de certo modo, é impossível que alguém não sinta nada ao ouvir um tema musical. Minha filha de cinco anos fica apavorada quando ouve músicas com um tom sinistro ou ameaçador, mesmo sem ter visto os filmes de onde essas músicas vieram. E é para isso que elas servem. Assista um filme iraniano onde só se ouve o vento no microfone, para ver como é bom...

        Dito isto, o que a música dos dois filmes , o "Superman -The Movie" de Donner  e o "Man of  Steel de Snyder", pode nos dizer sobre ambos?

        A poderosa marcha de John Williams é esmagadora e já chega arrebentando:  um ser  com poderes divinos desceu das estrelas e fez da Terra seu lar adotivo, lar que defenderá contra todas as ameaças. Seu tema evoca vividamente o vôo. Como lembrou Sidney Gusman, “você acreditará que homem pode voar”, que é também o slogan da propaganda do filme de 1978.

       A trilha de Zimmer evoca estranheza, mundos alienígenas, emoções violentas, batalhas e por aí vai. Esse clima é criado com o uso de uma percussão que lembra antigos tambores de guerra celtas e escoceses, as notas mais graves do piano e os sons eletrônicos minimalistas que Zimmer tanto ama, como aquele irritante e insano ruído rascante que ele usou para representar o Coringa em “O cavaleiro das trevas”. Afinal, parafraseando Sidney Gusman “Vai ter porrada, nerdaiada!”. E não podia ser diferente. Afinal, Zod é o vilão do filme.

       Então, o que é que essas duas trilhas têm em comum que possa representar o mais poderoso herói da DC comics em toda (ou quase toda, como querem alguns) a sua glória?

         Em recente artigo de Fábio Scrivano  para a Revista da Cultura, Mark Richards, PhD em teoria musical, explica o motivo do tema de Williams ser tão icônico. “O tema é uma marcha, o que sugere força. E a melodia emprega grandes intervalos ascendentes entre as notas, em particular aquele chamado de quinta perfeita, usado para denotar heroísmo, bem como os trompetes da orquestração ". O maestro também destaca o fato da música crescer gradativamente, criando um senso de expectativa, como se a plateia estivesse prestes a presenciar algo extraordinário. E acrescento: é um tema que você sai assoviando do cinema. Tente assoviar o tema de Michael Kamen para “X-Men, o filme”. Conseguiu?  Não? Entendeu qual é a sensação? É por aí.

         Mas, e quanto a “O Homem de aço?”. Desconsiderei os temas de batalha e fui direto para  “What are you going to do when you are not saving the world?”, que sintetiza o espírito do filme. Eu, francamente, não estava interessado em saber, pela música, qual é a sensação de viver em Krypton ou como é trocar socos com o general Zod. Tudo o que eu queria saber é: quem é Kal El? O que faz dele quem ele realmente é? Como ele se sentiria vivendo num mundo de criaturas frágeis como bolhas de sabão e, ainda assim, tentando ajudar e ser aceito por elas, enfim, tentando encontrar seu lugar no mundo, como todos nós.

O tema começa com um piano bastante sutil. Evoca solidão, melancolia, dúvida, perda. Lembra demais aquelas cenas dramáticas sem diálogos, que um outro compositor, Michael Giacchino, sabe ilustrar tão bem com seu piano, e arrancar lágrimas até dos mais frios entre os mortais. Então, a música começa a embalar, com uma percussão que lembra as antigas cadências britânicas de que já falei. É um som tenso, violento. Obviamente, está se referindo aos obstáculos da jornada do herói.
    
         Mas, quando você pensa que a trilha vai descambar para uma música puramente guerreira, acordes de cordas eletrizantes e poderosos metais se insinuam, num crescente, se elevando acima dos tambores da guerra, subindo, cada vez mais, rumo aos céus, rumo à luz, rumo ao sol, fonte dos poderes do herói. Para o alto, e avante! 

         E não me venham com esse papo de que “é um filme mais sombrio, para um público mais adulto”. Se a luz não fosse a essência do herói, a capa de “Os melhores do mundo” não teria Superman cercado de pombos ao amanhecer enquanto Batman está rodeado por morcegos e pela escuridão. E é essa luz, em forma de música, que ouvimos, elevando-se acima da escuridão e da violência da guerra. É a esperança.

      Então, quem é Kal El afinal de contas?

      No filme de 78 o tema de John Williams não deixa dúvida: o destino do último filho de Krypton já estava traçado por Jor El, seu pai biológico. Apesar de todas as suas dúvidas e angústias, Clark Kent desaparece do filme assim que ele encontra as memórias de seu pai, na fortaleza da solidão. O Clark que trabalha no planeta diário é só uma casca para Kal El, quase um alívio cômico. Superman já está nos céus. Cabe a ele descer à terra e salvar os mortais, mesmo que tenha que compartilhar as nossas dores e o nosso sofrimento.

      Em “O homem de aço”, a música de Zimmer parece evocar uma história diferente: Clark não desaparece após deixar a fazenda de sua infância. Ele, como já foi dito por parte da crítica, é “o relutante defensor de nosso planeta”.  Ele não está nos céus. Ele caminha entre nós, mas não é um de nós. E o tema de Zimmer demonstra isso, de modo claro.  

Se o Superman de Williams está descendo à Terra, o de Zimmer, está decolando, se elevando acima de suas dúvidas, suas perdas sua tristeza, rumo à luz e a compreensão, rumo à esperança e,  levando com ele, as esperanças de sua irmã adotiva, a humanidade. Sim, é uma música minimalista, muito menos complexa que a de John Williams. Em termos de evocação heróica e tonalidade épica, apanha até do comparativamente modesto tema que Alan Silvestri compôs para “Capitão América”. Mas transpira humanidade por todos os lados.

Se Williams nos mostrou com música como é o filho de deuses descendo das estrelas, Zimmer nos mostra o que é o filho de dois fazendeiros do Kansas vencendo a si mesmo e ascendendo ao infinito. Perto do final da música, os próprios anjos parecem saudar, com um glorioso e apoteótico coral, o homem que se tornou herói, o mortal que se tornou divino.  Ouvi algumas versões dessa música em que, logo após o ápice do tema, há um anticlímax, digamos, meio frustrante. Apenas para usar uma metáfora inocente (pode haver crianças lendo isso. Li minha primeira resenha aos oito anos...), é como se você estivesse comendo sua torta favorita e, perto da melhor parte do recheio, alguém vem e leva a fatia que você queria. Mas, se isso servir a algum propósito da trama, paciência.

Posso me sentir o maior traidor dizendo isso, mas estou pronto para o novo tema. Sempre haverá um lugar para o extraordinário tema de John Williams em nossos corações. Ele está lá e fez por merecer. Ele é eterno. Mas Zimmer parece ter aprendido que ele jamais poderia “peitar” uma lenda e consegue se safar do dilema indo em outra direção.


E quanto a Kal El / Clark Kent, ele pode ser filho de seres divinos, pode ser mais rápido que uma bala, mais forte que uma locomotiva, invulnerável, indestrutível. Mas nada disso jamais será maior que o amor que ele recebeu de um humilde casal de fazendeiros do Kansas. E é nesse amor, e na compaixão que ele gerou, que residem seus maiores poderes.



Ouça abaixo e compare:

O original...




...E a trilha sonora do novo filme:

http://www.youtube.com/watch?v=y2mb6NXYGm8


segunda-feira, 24 de junho de 2013

Comic Con 2013- Homenagem a Renato Canini

         
Multiverso Comic Con 2013: 
Um tributo a Renato Canini, um tesouro vivo dos quadrinhos Brasileiros

  Por Zaius Primati
  
           Nesta edição 2013 da Multiverso Comic Con, o ilustrador Renato Canini,  foi homenageado por suas realizações no quadrinho nacional. Numa conversa bem humorada, o homenageado e outros convidados relembraram momentos marcantes do trabalho de Canini, como sua visão autoral do personagem Zé Carioca, da Disney, que ele desenhou nos anos 70. 

       São dele contribuições importantes ao personagem, tais como  tirar o paletó do papagaio e vesti-lo com uma camiseta, algo mais coerente com a ambientação brasileira da história. Elementos como a vila Xurupita e os parentes de Zé Carioca, o Zé Jandaia, Zé Paulista e Zé Gaúcho, as peladas, a feijoada entre outros, são todos obra de Canini, que abrasileirou um personagem "brasileiro" segundo a visão de Walt Disney. 






















Zé Carioca e Nestor, no traço de Canini

         Além de seus diversos trabalhos para  revistas  como as da Disney e O Pasquim, Canini também é famoso como o criador de personagens irreverentes, como o Dr. Fraud, um terapeuta não muito confiável, como o nome sugere, e Kactus Kid, personagem que ele criou para a revista Crás. 

     Kactus Kid era, na verdade, Zeca Funesto, um agente funerário, que, quando a situação o exigia, transformava-se no caubói Cactus Kid, cujos traços foram inspirados em Kirk Douglas. A parte mais importante da transformação, após trocar de indumentária e colocar peruca e dentadura, era   fazer um furinho no queixo...

     
Kactus Kid



                                                           


















 Troféu HQMix 2006, inspirado no personagem
 Kactus Kid, de Renato Canini
       
      
           Sempre extremamente gentil e paciente, Canini posou para fotos com fãs e distribuiu autógrafos durante os dois dias da  Multiverso Comic Con.  




 O Mestre Canini, posando com fãs que monitoraram a segurança do evento. Os Flares foram casuais. Não sou exatamente um fã de JJ Abrams...

      Um dos momentos mais emocionantes da homenagem foi o reconhecimento à influência de sua esposa em sua vida e obra, Dona Maria de Lourdes, também uma artista como ele. Assista abaixo:








         Eu bem  que me arrependo de não ter guardado meus quadrinhos do Kactus Kid.  Lembro quando li o número 1 da revista Crás, na biblioteca da minha escola... Mas, para matar a saudade de quem já leu e para apresentar o personagem aos mais jovens, logo abaixo há um link que conduz à página do PortaCurtas, onde está o vídeo do curta metragem  de Kactus Kid, dirigido por Lancast Mota, com roteiro de Renato Canini, produzido em 2005. 

      


        Curiosamente, em 1979, o próprio Kirk Douglas protagonizou uma impagável comédia chamada "Cactus Jack, o vilão", também estrelada por Arnold Schwarzenegger, num de seus primeiros papéis no cinema. Teriam os americanos percebido o potencial de Kirk Douglas para a comédia, influenciados pelo mestre Canini? Afinal, Kactus Kid foi publicado na revista Crás, pela primeira vez, em 1974, cinco anos antes do filme com o astro de Spartacus e o futuro governator...
          
                       
             Vida Longa e Próspera e que a força esteja com vocês. Abraços Simiescos e até o próximo post!
                   


         

       

Cosplayers na Multiverso Comic Con II